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The Middle Way

The Middle Way

17 de Julho, 2017

Know your enemies #1 : a Pseudo que me dá cabo da Mona

JR

Também conhecida por Pseudomonas aeruginosa.

 

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Quando temos um filho com Fibrose Quística (FQ), aquilo que mais nos apetece fazer é fingir que somos avestruzes e esconder a cabeça na areia. Esquecer que ela existe. Pura e simplesmente. Mas, a verdade, é que a FQ não vai desaparecer. Vamos ter que lidar com ela, diariamente. E, acima de tudo, vamos ter de ensinar os nossos fihos a viver com ela, em paz. Temos de lhes dar as ferramentas, para que possam eles próprios, um dia, assumir o comando dos seus tratamentos, tomar as suas opções informadas.

 

Com isto em mente, sacudi a areia da cabeça e assumi o meu estatuto de ser humano. A melhor forma de combatermos os nossos inimigos é conhecê-los de gingeira. Sabermos da sua existência, onde estão, quais os seus pontos fortes e quais as suas fraquezas. Foi isso que tentei fazer quando decidi estudar a doença. Procurei artigos, revistas científicas, livros técnicos, cursos, associações...etc etc. Admito, sempre gostei de estudar. E que motivo mais forte que este?

 

A Pseudomonas aeruginosa é dos microorganismos mais frequentes (e temidos) em doentes com FQ. Uma infecção crónica por esta bactéria acaba por se desenvolver na grande maioria dos doentes - cerca de 80% da população adulta está infectada. A presença desta bactéria, de forma crónica, acaba por afectar negativamente a função pulmonar.

 

Não é por acaso que isto acontece. Esta bactéria tem uma enorme capacidade de adaptação, conseguindo modificar-se, mesmo do ponto de vista genético, de forma a conseguir resistir em ambientes hostis.

Na maioria dos casos, os primeiros isolamentos de Pseudomonas são feitos ainda na infância. Nesta primeira fase, a toma dos antibióticos adequados consegue, quase sempre, erradicar a bactéria. Ao longo dos anos, a bactéria vai-se, então, adaptando às condições das vias aéreas, desenvolvendo estratégias que lhe permitem "fugir" aos antibióticos. Isto culmina, a certo ponto, numa infecção crónica - as infecções agudas vão sendo controladas, mas não se consegue erradicar a bactéria dos pulmões.

 

O objectivo? Atrasar, ao máximo, esta infecção crónica.

 

Felizmente, a investigação científica na área da FQ tem sido estonteante. Muito graças à Indústria Farmacêutica, que tem desenvolvido medicamentos novos, a um ritmo acelerado, o que permitiu aumentar a esperança média de vida em décadas. Isto num espaço de tempo de cerca de 40 anos. Só me ocorre agradecer.

Os antibióticos que têm sido desenvolvidos, alguns já nebulizáveis, são cruciais no controlo desta infecção. E a investigação continua, tentando destruir a "armadura" que estas bactérias formam. Muita da investigação passa, até, pelo aprofundamento do conhecimento das bactérias que habitam os pulmões destas pessoas.

 

Mas, então, onde é que a Pseudomonas está?!

 

- na grande maioria dos casos, nos hospitais. Grande parte das infecções são adquiridas em meio hospitalar, pois não é uma bactéria que esteja, em condições normais, no ser humano. É também, em contexto hospitalar, que as bactérias desenvolvem, com maior rapidez, resistência aos antibióticos. É de maior importância redobrar os cuidados quando se vai ao hospital - lavar as mãos, lavar as mãos, lavar as mãos. Vezes sem conta. (Levo sempre o desinfectante de mãos; a roupa que vai ao hospital é lavada de imediato; evito que a bebé brinque com os brinquedos do hospital; os sapatos da rua já não passam do hall de entrada de nossa casa).

 

 

- noutros doentes com FQ. Sim, é verdade. Os doentes com FQ não devem contactar entre si - transmitem com facilidade as bactérias uns aos outros. Na maioria dos centros especializados, as consultas dos doentes são separadas por dias, consoante as bactérias isoladas nas suas colheitas de expectoração. Existe evidência científica de que este procedimento, tão simples e elementar, melhorou bastante os resultados a longo prazo.

 

 

- no meio ambiente. Sim, ela anda por aí, principalmente em locais húmidos e quentinhos. É uma bactéria capaz de formar o chamado biofilme, uma espécie de "carapaça" que lhe permite aderir mais facilmente às superfícies, dificultando a sua erradicação. Esta bactéria foi encontrada em:

                                       - humidificadores domésticos;

                                       - parques aquáticos e piscinas públicas ou privadas; (utilizar piscinas com manutenção de confiança)

                                       - saunas, jacuzzis, spas; (evitar)

                                       - casas com problemas nas canalizações;

                                       - rios e lagos; (evitar praias fluviais)

                                       - frutas, vegetais e saladas; (lavar muito bem com água corrente)

                                       - terra; (lavar muitos bem as mãos depois de mexer na terra/alimentos com terra)

                                       - roedores e cavalos. (evitar contacto ou contacto controlado)

 

 

 

Saber onde a podemos encontrar, dá-nos uma maior sensação de controlo. Dá-nos mais hipóteses de a contornar, durante mais tempo. Permite-nos ensinar melhor os nossos filhos, desde cedo. Permite-nos pensar, antecipadamente, em alternativas.

 

 

 

 

 

 

 

Morre, bicho esverdeado.

 

 

 

 

Bibliografia:

- "Mandell, Douglas, and Bennett's Principles and Practice of Infectious Diseases" updated edition, 221, 2518-2531.e3 - capítulo: "Pseudomonas aeruginosa and other Pseudomonas species".

- Chronic Pseudomonas aeruginosa infection definition: EuroCareCF Working Group report; T. Presslera et al - Journal of Cystic Fibrosis Volume 10 Suppl 2 (2011) S75–S78

- Travelling with cystic fibrosis: recommendations for patients and care team members; T.O.Hirche et al; Journal of Cystic Fibrosis 9 (2010) 385-399

- Curso online: Managing the care of children and adults with Cystic Fibrosis - Royal Brompton & Harefield- Imperial College London.

 

 

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17 de Julho, 2017

Mudanças a granel

JR

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É aos poucos que se começa.

 

Há pouco mais de uma semana, decidi experimentar as compras a granel. Apesar de várias superfícies comerciais já terem disponível a venda de alguns produtos nesta modalidade, a verdade é que a oferta é sempre limitada.

 

Mas, como toda a mudança exige alguma preparação, tenho andado em procuras cibernáuticas e dei de caras com a Maria Granel, uma loja em Lisboa de venda de produtos a granel. Tinha uma pequena lista de compras (o planeamento é essencial!), juntei frascos vazios e coloquei-os num saco reutilizável. Apanhei o metro e, de livro na mão, lá fui eu até ao bairro de Alvalade - um bairro acolhedor, cheio de vida e de lojinhas e cafés diferentes. A Maria Granel conquistou-me de imediato. O espaço é bonito, amplo e a oferta é...esmagadora. Podemos encontrar de tudo: especiarias, farinhas, sementes, leguminosas, chás, frutos secos e desidratados, granolas, café, mel ... e muito mais. Dei, previamente, todos os meus frasquinhos para serem pesados e, pouco depois, comecei a enchê-los. Claro que trouxe alguns extras...impossível resistir.

 

Apesar de carregada com o peso dos frascos, vim feliz. Zero plástico nestas minhas compras. Aquilo que encontrei disponível foi mais do que estava à espera. Precisamos de mais lojas assim, distribuídas pelas cidades, pelo país. Podemos ver e cheirar aquilo que vamos comprar, sem estar escondido nas suas embalagens. E, também importante, as cozinhas ficam muito mais bonitas...

 

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Procurem nas vossas áreas de residências lojas assim. Façam um planeamento das vossas compras. Guardem os frascos de vidro que vão comprando. Utilizem os sacos reutilizáveis.

 

Simples, mas faz a diferença (até no orçamento familiar!)

 

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14 de Julho, 2017

Mini-look of the day #1 - the countryside

JR

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Não sei se é universal...mas acordo todos os dias entusiasmada a pensar na roupinha que vou vestir à bebé. Por mais que tente fazer compras para mim, ela sai sempre a ganhar. Existe uma força qualquer, invisível, que me empurra para as lojas de crianças e, depois....depois, as opções são muitas. Tanta roupinha linda...!

 

Chapéu - Primark

Vestido e meias - Zara kids

Sabrinas - Pisamonas

 

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12 de Julho, 2017

Casa de infância

JR

Acabamos sempre por regressar. Por mais longe que estejamos, por muito tempo que nos afastemos, a casa que nos viu crescer será sempre nossa.

 

A porta que varre o chão com um sussurro suave transporta-nos para o passado - mesmo que entremos carregados de presente! Com todo um presente permanente, ruidoso, cheio de vida e a dar os seus passinhos irregulares. "Foi aqui que a mamã cresceu, bebé" - digo-lhe, apesar dos seus modos ensonados.

 

Quase que consigo imaginar a minha mãe a chamar-nos para o jantar do hall de entrada. Nessa altura, estaria provavelmente deitada na cama, a ouvir as minhas músicas tristes da adolescência, contemplando o meu céu particular de estrelas coladas no tecto. Fixava, certamente, aquela estrela que considerava especial.

Depois de sentada à mesa, esperavamos ouvir, minutos mais tarde, o ranger da porta do escritório e o meu pai a subir as escadas.

 

Tive uma infância feliz e esta casa é testemunha disso. As paredes e os objectos, aqui, têm alma e memória.

"Sim, bebé, esta era a minha casa. Os pássaros que ouves talvez ainda sejam os mesmos".

 

Tudo aqui é calma e contemplação, vejo-o apenas agora. O tempo escorre lento, não corre como na cidade.

 

"Também tu, bebé, terás um dia uma casa a que voltar. Ao chegar, também irás pousar as malas e inspirar profundamente, encher esses teus pulmões vitoriosos e sorrir por estar de volta".

Regressamos, sempre, onde fomos felizes.

 

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06 de Julho, 2017

Vai, colhe as tuas flores

JR

Ainda há tão pouco tempo cabias no meu colo, pequenina e frágil. Movimentos soluçados, hesitantes. Olhos inquietos. Eu, cansada e medrosa, também hesitava contigo, sem saber bem como te segurar o pescoço mole. Mas feliz, feliz por te ter.

 

É maravilhoso ver-te crescer. Um privilégio poder conhecer alguém desde o seu início. Perceber o modo como te impões perante o mundo, gritando pelo teu lugar, mostrando que não és apenas mais um bebé, mais uma criança...mas que és tu. Que queres, que tentas, que falhas, que não desistes. Ver-te, em silêncio orgulhoso, ganhares força na tua corrida. Pisares o chão com um passo cada vez mais firme. Sorrir, discretamente, pelo modo como já sentes o ritmo da música no corpo e o tentas soltar em danças descoordenadas, mas tão doces. És um doce.

 

Mas ainda, há pouco, eras tão pequenina!

 

Agora, já te perco por minutos, quando foges pela porta e segues caminho, à procura dos teus brinquedos. Autónoma na procura, autónoma na descoberta. Mas, depois, ao longo do corredor já soltas o teu "mamã! mamã!" tão intencional, procurando regressar ao nosso aconchego. E ris, ris com tantos dentes!

 

Tão, tão pequenina...

 

Já brincas sozinha, no teu canto das caixas brancas. Tudo te maravilha! Exclamas a tua surpresa ao reencontrares, a cada dia, os mesmos brinquedos. Olhas para eles com o mesmo espanto da primeira vez. Abraças todos os bonecos com uma ternura desmedida. E já brincamos juntas, soltando gargalhadas, enquanto foges de mim. Um medo fingido mas expectante, ansioso pela brincadeira. Quando, já sem fôlego de tanto rir, olhas para mim, olhas mesmo...um olhar que já me vê e que já me transmite o que pensas. O teu olhar já fala e é tão bom.

 

Por isso vai, filha, colhe as tuas flores no jardim. Cresce. Continua a achar beleza nos pormenores e nas coisas simples. Essas, as mais importantes. Mantém-te assim, terna e forte. Segura, mas procurando o meu abrigo.

 

 

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05 de Julho, 2017

Guerra declarada às bactérias #2, mas com balas ecológicas - panos de cozinha de bambu.

JR

Antes de mais, quero agradecer à equipa do Sapo blogs pelo destaque do meu último post da saga: Guerra declarada às bactérias! YEY!

Juro que esta sequela já estava planeada há mais tempo e que não foi, meramente, uma estratégia de marketing.

 

 

Que a cozinha é uma grande fonte de bactérias, não é novidade. O ambiente é húmido, quente, atarefado. Os objectos são manuseados constantemente por várias pessoas. As bancadas, pratos, facas, panos....tudo está em contacto com pele humana, alimentos crus, incluíndo carne e peixe, alimentos com terra...

A diversidade de bactérias (e fungos) é enorme! No meio dessa lista interminável encontram-se dois dos meus principais alvos a abater: o famoso Staphylococcus aureus (às vezes na sua versão Hulk: MRSA - Methicilin Resistant Staphylococcus aureus) e a temível Pseudomonas aeruginosa. São feias, porcas e más.

 

Recentemente, tenho deitado fora, mensalmente, as esponjas e panos de limpar bancadas. Apesar de ficar mais descansada do ponto de vista infeccioso, o facto de estar a poluir mais frequentemente o meio ambiente não me deixa 100% satisfeita. Fui procurar alternativas e encontrei estes panos à base de bambu.

 

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O bambu tem sido considerado uma alternativa bastante ecológica. Tem, inclusivamente, sido utilizado na confecção de roupa, tendo várias vantagens em relação ao algodão. Para além de ser uma das plantas de crescimento mais rápido (depois de colhida, a cana de bambu atinge a sua altura máxima em cerca de 10 semanas), é capaz de sobreviver tanto em climas frios, como tropicais. De facto, a colheita frequente da cana de bambu parece ser benéfica para a própria planta.

 

As plantações de bambu são uma alternativa sustentável, impedindo a deflorestação. Este material é bastante versátil e pode ser utilizado para diversos fins, desde indústria têxtil, alimentar e até civil. Não necessita de grande manutenção e as plantações são bastante densas - várias plantas numa menor área florestal. A sua eficiência de consumo de água parece ser o dobro das restantes árvores, o que faz com que neecessitem de uma menor irrigação.

 

Tal como qualquer tecido à base de celulose, as fibras de bambu são completamente biodregradáveis, através da acção de microorganismo do solo e da luz solar.

 

Aparentemente, contêm uma substância antimicrobiana natural, o bamboo-kun, que o torna mais resistente a pragas e infecções, o que diminui o uso de pesticidas e fungicidas nas plantações. Alguns estudos chegaram mesmo a afirmar que os tecidos à base de bambu mantinham esta propriedade antibacteriana. Contudo, outros estudos refutaram dizendo que, com o processamento da matéria prima, esta substância permanecia apenas em quantidades mínimas nos tecidos.

 

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Tenho estado a experimentar este paninho. À primeira vista, parece mais frágil e fino. Mas já lhe dei muito uso e mantém-se impecável. Laveio-o várias vezes com detergente e deixei a secar ao sol e ficou como novo. Outra coisa que tenho reparado, seca bastante rápido! Basta pousá-lo na torneira e, pouco tempo depois, está seco. Isto não acontece com os panos de microfibras sintéticas ou de algodão. Menos humidade = menos bactérias. Talvez consiga mantê-lo em condições durante mais tempo, o que acaba por compensar em termos monetários.

E, claro, mantém-se a especulação: será que ainda tem algum bamboo-kun?

 

Pelo menos já os posso deitar fora sem peso na consciência.

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03 de Julho, 2017

Plastic Free July

JR

O Plastic Free July é um movimento de origem australiana. Todos os anos, em Julho, são-nos propostas várias alternativas ao uso do plástico. O objectivo é que, durante o tempo que quisermos, tentemos ao máximo reduzir o plástico nas nossas vidas - principalmente aquele de uso único, como copos de café, palhinhas, papel aderente...etc etc. Se pensarmos um bocadinho, lembramo-nos de imensos objectos de plástico que usamos no dia-a-dia. Usamos apenas uma vez e deitamos fora. Minutinhos da nossa vida que vão ficar eternamente no meio ambiente...triste.

 

Os plásticos apareceram no século XX e, na altura, foi uma descoberta bastante importante! Permitiu a redução da utilização de produtos de origem animal (como chifres e carapaça de tartaruga). Com o passar do tempo, o seu uso tornou-se desregulado. Hoje em dia, a grande maioria dos objectos de utilização única são de plástico, o que é irónico. Claro que a reciclagem é importante e deve ser incentivada, mas está longe de ser a solução para este problema.

 

Para além do hipotético efeito negativo na saúde, pela passagem de aditivos, como BPAFtalatos, para os alimentos que vão ser consumidos, o meio ambiente é a principal vítima. Os oceanos estão cheios de detritos - 80% com origem em terra. Animais marinhos morrem pela sua ingestão ou por ficarem presos neles (funcionam como armadilhas).

 

Se cada pessoa, individualmente, reduzir o seu consumo de plástico o impacto, a nível global, será enorme! Não sou apologista de extremismos e não acho que seja fácil fazer uma redução abrupta. Eu mesma estou a sentir bastante dificuldade. O plástico é ubiquitário. Muitas mentes têm de mudar para que, a nível comercial, nos sejam dadas outras opções. Mas, lá está, tudo começa pelo princípio.

 

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Em Portugal, esta iniciativa está a ser bastante divulgada pela equipa do Maria Granel, uma loja de venda de produtos a granel. Ao longo do próximo mês, vão pôr na sua página de Facebook várias dicas e sugestões para reduzirmos a nossa pegada ecológica. Visitem, também, o site original deste movimento.

 

Mudar exige iniciativa e força de vontade.

Fechar os olhos é mais fácil? É. Mas é muito menos corajoso.

 

 

Julho sem plástico começa...

...AGORA!

 

 

(e pode ser Agosto, Setembro, Outubro (...) 2018, 2019 (...) para sempre)

 

 

Ah...e hoje é Dia Internacional Sem Sacos de Plástico! Feliz dia!

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01 de Julho, 2017

Dia Mundial das Bibliotecas

JR

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Sim, é verdade. Agora descubro estas coisas.

 

Confesso, adoro livros. Adoro as palavras. Fascina-me a forma como, se tivermos cuidado e atenção, conseguimos descrever, quase ao pormenor, sentimentos e sensações. Tantas e tantas vezes, ao ler, descubro relatos fiéis de coisas que senti mas que nunca tinha conseguido transformar em frase. Reconforta-me. A literatura é bonita e torna a vida bonita. Preenche a vida de vida. De muitas vidas. Dá-nos vida e, ao mesmo tempo, abstrai-nos dela.

 

Nos últimos anos os livros têm-se demorado mais na estante. Mais do que queria. E tenho pena. Por isso, ultimamente, tenho feito um esforço por ler mais, por ler como antes, ao ritmo de antes. Às vezes, para cuidarmos daquilo que gostamos, é preciso dedicação (e menos horas de sono...).

 

Regressando às bibliotecas...lembro-me de, em pequena, trazer livros da biblioteca. Daqueles com o papelinho branco e um código identificador. Assim que os entregava, trazia logo outro. E outro e depois outro. Mas, o que eu gostava mesmo era de descobrir os livros da nossa biblioteca familiar. Sentar-me em frente à estante (ou empoleirar-me nela para chegar às prateleiras do topo) e perder tempo a escolher uma história.

 

Por muito que estudar cansasse e desejasse ardentemente pelas férias, tive sempre um gosto miudinho pelas épocas de exame, em que saía de casa rumo a uma biblioteca. 

 

Em criança, quando projectava a minha casa futura, não pensava no números de quartos, closets ou piscinas. Dizia sempre: "a minha casa vai ter uma biblioteca".

Não tem, ainda. Mas o sonho permanece. O sonho de uma casa de campo, ponto de encontro da família, dos filhos crescidos e, depois, dos netos. Uma porta entreaberta, ao fundo de um corredor: a biblioteca. Estantes de livros carinhosamente guardados ao longo dos anos, por mim e pelo pai, onde as crianças escolhem as mesmas histórias que nos fizeram rir. Ou chorar. E avistar, pela noite dentro, uma luzinha acesa no quarto dos miúdos por não conseguirem parar de ler - "só mais um capítulo, só mais um!". E sorrir, fechar os olhos e deixá-los ler a noite toda.

 

Essa biblioteca existe dentro de mim. E é, mais ou menos, assim.

 

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Alguém com uma biblioteca em casa?

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01 de Julho, 2017

Overnight Oats #2 - morning snickers

JR

 

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Com o regresso do bom tempo e do calor, regressou a minha velha paixão: papas de aveia não cozinhadas. Basicamente, a mistura é preparada com algumas horas de antecedência (costumo preparar à noite para comer de manhã) e a aveia acaba por amolecer sozinha. As sementes de chia dão-lhe uma consistência parecida com a do pudim.

De manhã acordo, feliz, para um pequeno-almoço delicioso e fresco. As possibilidades são infinitas, as receitas são imensas e podemos dar largas à imaginação (e ao apetite). Para além disso, é saudável e dá-nos energia para toda a manhã. Isso e o café, que não dispenso.

 

Conforme contei neste post, descobri esta maravilha dos deuses há cerca de um ano, quando estava a amamentar. Andava à procura de alimentos conhecidos por aumentarem a produção de leite materno e a aveia foi um dos mais consistentemente recomendados (para além da cerveja preta sem álcool, claro, e o bacalhau).

Este morning Snickers é um dos que faço com mais frequência e um dos meus preferidos. Sim, sim...sou viciada em chocolate.

 

Não vou ser muito rigorosa com as doses de cada ingrediente. No final de contas, cada pessoa acaba por adicionar mais ou menos de cada um conforme a consistência que prefere.

 

Quanto aos ingredientes:

 

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- Aveia;

- Sementes de chia;

- Leite (de origem animal ou vegetal);

- Iogurte natural (idem);

- Manteiga de amendoim;

- Chocolate em pó (podem usar cacau - nesse caso, se quiserem adoçar, podem usar mel ou substituir o leite natural por leite com aroma a baunilha);

- Chocolate preto para ralar.

 

 

Juntei, num frasco de vidro, cerca de 3-4 colheres de sopa de aveia e 1 colher de sopa de sementes de chia.

 

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De seguida, juntei 3-4 colheres de sopa de leite (o leite e a aveia costumam estar em igual quantidade), duas colheres de sopa de iogurte grego natural e 1 colher de sopa de chocolate em pó.

 

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Para lhe dar aquele toque incrível, juntei 1 colher de chá de manteiga de amendoim.

 

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Misturam-se todos os ingredientes muito bem, de modo a ficar homogéneo. Como toque final, ralei chocolate preto por cima, como topping.

 

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Deixei no frigorífico durante a noite. E, hoje de manhã...estava MARAVILHOSO!

 

Ainda vão a tempo de fazer para o lanche!

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