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The Middle Way

The Middle Way

27 de Janeiro, 2016

Dias para recordar

JR

    Há uns anos fiz Eramus em Praga, na República Checa. Já se passaram tantos anos (e tão rápido!) que já poucas vezes me lembro desse ano intenso. Foi um ano que passou a correr mas que, na verdade, serviu de ponto de viragem. Naquela altura e ainda jovem, na faculdade, estava pouco virada para o mundo e para os seus problemas. Acabava por me dedicar apenas ao meu espaço, às minhas inquietações, aos meus exames e dilemas...

 

...chegar a Praga, num dia chuvoso às 6 da manhã, deparar-me com aquela língua imperceptível, foi entusiasmante e assustador. Nestas condições, rapidamente formamos amizades sólidas com as pessoas que nos rodeiam. Cheguei sem família e, em poucos dias (horas?), já tinha duas: uma longe e outra perto. Tive a sorte de conviver com pessoas incríveis, que me abriram os olhos, que me fizeram entender que havia mais mundo para além de mim e que, considero, me fizeram melhor.

 

    Hoje acabei por descobrir que se celebra o Dia de Lembrar o Holocausto. A 27 de Janeiro de 1945, o campo de concentração de Auschwitz - Birkenau foi libertado pelas tropas soviéticas. Nesse campo terão sido mortos 6 milhões de judeus, 250.000 pessoas com défices de desenvolvimento motor e cognitivo, 9.000 homossexuais...e porquê? Com que leveza?

 

    Ora, estando a viver em plena Europa Central, tive oportunidade de conhecer vários países vizinhos e, em todos eles, havia referências ao Holocausto e à 2ª Guerra Mundial. Acabei por me interessar bastante pelo tema, ler vários livros, visitar vários locais. Ainda me lembro da sensação de ver a entrada para o campo de concentração de Auschwitz mesmo à minha frente. Quantas vezes a tinha já visto em filmes. Acho que acabamos por achar que todos esses factos fazem apenas parte de uma ficção, uma história inventada, mas...estar ali de pé, sentir o frio gélido do Inverno a entranhar-se nos ossos e, sem mais nem menos, aperceber-me que aconteceu. Outros olharam para aquela entrada, também com frio, com medo, com a vida desfeita na mala...

 

    E, então, acho importante recordar. Lembrarmo-nos que o rumo da vida do mundo também nos diz respeito. Também fazemos parte dele.

 

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24 de Janeiro, 2016

Um sábado biológico

JR

Acordamos, de manhã, para um sábado solarengo. Levantamo-nos, com alguma preguiça, e fomos comer o nosso pequeno-almoço de supermercado.

 

Já tinha planeado usar a manhã para experimentar, pela segunda vez, o mercado biológico do Campo Pequeno. Já há algum tempo que ando a planear melhorar aquilo que ingerimos cá em casa. Há uns anos mal me importava com isso...! Ainda nos temos da faculdade comprava do mais barato, fazia refeições rápidas e eficientes que me deixassem com tempo e sem fome para poder aproveitar, ao máximo, a vida académica (e lembro-me de tudo isto, incluindo o traçadinho do famoso Pintos, com bastante saudade...). 

 

Mas, na verdade, os anos vão passando...o corpo já não aguenta o mesmo estilo de vida e sentimos o peso disso. Para além disso, agora como por duas. Sou responsável pela nutrição desta menina que já se faz sentir com força!

 

E, neste dia de sol, lá fui eu comprar alimentos biológicos, saudáveis, da época!

O mercado tem um ambiente bastante familiar, as pessoas escolhem as coisas com calma, somos recebidos com sorrisos e os alimentos....cheiram a alimentos! (E, por momentos, lá me senti eu na quinta do meu avô). Tudo fresco, uma panóplia de cores, pessoas felizes.

 

E eis um exemplar do que chegou cá a casa hoje!

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 A agricultura biológica visa uma produção sustentável e de impacto positivo nos ecossistemas, contribuindo para a própria biodiversidade. Não utiliza pesticidas nem adubos químicos, nem recorre a produtos geneticamente modificados (daí as maçãs, por exemplo, não parecerem ter saído de uma produção em série, umas iguais às outras...). Este conceito alarga-se à produção animal, que se rege por normas de ética que permitem o bem estar dos animais.

Contribuimos, também, para a longevidade das nossas produções nacionais.

Vários artigos e estudos realizados parecem não encontrar diferenças nutricionais estatisticamente significativas entre os alimentos produzidos convencionalmente e os de agricultura biológica. A principal vantagem, em termos de saúde, parece ser a menor exposição a pesticidas e a bactérias resistentes aos antibióticos (Are organic foods safer or healthier than conventional alternatives?: a systematic review. - Smith-Spangler C et al - Ann Intern Med. 2012). E, claro, as vantagens para a saúde do planeta.

 

Apesar de menos uns tostões no bolso (os preços são, comparativamente, mais elevados), hoje sinto-me com menos uns pesticidas também. Mero efeito psicológico...?

 

 

 

 

 

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19 de Janeiro, 2016

Novos caminhos

JR

Estamos sempre a tempo de mudar.

 

A rotina dos dias que passam, quase sempre iguais, monocórdicos, cheios de horas pesadas, atarefadas...mas vazias de emoções fortes e sentimentos plenos, esses dias facilmente nos fazem esquecer de nós pelo caminho. Um dia acordamos e sabemos que deixamos sonhos para trás, que a nossa identidade, aquilo que nos torna únicos no mundo, ficou algures presa ao passado. Sabemos que nos deixamos consumir pela sociedade que criamos.

 

Nesse momento, temos duas opções: ou seguimos a vida tal como ela está, ou resgatamos essa vontade de mudança. Podemos, todos os dias, mudar alguma coisa na nossa vida de forma a econtrar o equilíbrio, de contribuirmos para a harmonia do mundo em que vivemos e, ao mesmo tempo, melhorarmos enquanto pessoas. Acredito que pequenas mudanças em nós podem, a longo prazo, mudar o mundo. E o mundo bem precisa de mudança.

 

O caminho do meio (The Middle Way) foi o termo utilizado por Buddha para descrever o caminho para a libertação. Não representa mais que o equilíbrio na vida: mente e corpo. O respeito pelo planeta que habitamos (e destruímos!).

 

Este blog foi criado com dois intuitos: o primeiro - obrigar-me a escrever outra vez; o segundo - partilhar os meus pequenos passos para mudar hábitos de vida, cuidar do ambiente, das pessoas que nos rodeiam e, em última análise, de mim e da minha família.

 

 

A minha pequena filha vem a caminho e sonho que ela cresça num mundo melhor.

 

 

 

 

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