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The Middle Way

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05 de Julho, 2017

Guerra declarada às bactérias #2, mas com balas ecológicas - panos de cozinha de bambu.

JR

Antes de mais, quero agradecer à equipa do Sapo blogs pelo destaque do meu último post da saga: Guerra declarada às bactérias! YEY!

Juro que esta sequela já estava planeada há mais tempo e que não foi, meramente, uma estratégia de marketing.

 

 

Que a cozinha é uma grande fonte de bactérias, não é novidade. O ambiente é húmido, quente, atarefado. Os objectos são manuseados constantemente por várias pessoas. As bancadas, pratos, facas, panos....tudo está em contacto com pele humana, alimentos crus, incluíndo carne e peixe, alimentos com terra...

A diversidade de bactérias (e fungos) é enorme! No meio dessa lista interminável encontram-se dois dos meus principais alvos a abater: o famoso Staphylococcus aureus (às vezes na sua versão Hulk: MRSA - Methicilin Resistant Staphylococcus aureus) e a temível Pseudomonas aeruginosa. São feias, porcas e más.

 

Recentemente, tenho deitado fora, mensalmente, as esponjas e panos de limpar bancadas. Apesar de ficar mais descansada do ponto de vista infeccioso, o facto de estar a poluir mais frequentemente o meio ambiente não me deixa 100% satisfeita. Fui procurar alternativas e encontrei estes panos à base de bambu.

 

IMG_20170627_152121.jpg

 

O bambu tem sido considerado uma alternativa bastante ecológica. Tem, inclusivamente, sido utilizado na confecção de roupa, tendo várias vantagens em relação ao algodão. Para além de ser uma das plantas de crescimento mais rápido (depois de colhida, a cana de bambu atinge a sua altura máxima em cerca de 10 semanas), é capaz de sobreviver tanto em climas frios, como tropicais. De facto, a colheita frequente da cana de bambu parece ser benéfica para a própria planta.

 

As plantações de bambu são uma alternativa sustentável, impedindo a deflorestação. Este material é bastante versátil e pode ser utilizado para diversos fins, desde indústria têxtil, alimentar e até civil. Não necessita de grande manutenção e as plantações são bastante densas - várias plantas numa menor área florestal. A sua eficiência de consumo de água parece ser o dobro das restantes árvores, o que faz com que neecessitem de uma menor irrigação.

 

Tal como qualquer tecido à base de celulose, as fibras de bambu são completamente biodregradáveis, através da acção de microorganismo do solo e da luz solar.

 

Aparentemente, contêm uma substância antimicrobiana natural, o bamboo-kun, que o torna mais resistente a pragas e infecções, o que diminui o uso de pesticidas e fungicidas nas plantações. Alguns estudos chegaram mesmo a afirmar que os tecidos à base de bambu mantinham esta propriedade antibacteriana. Contudo, outros estudos refutaram dizendo que, com o processamento da matéria prima, esta substância permanecia apenas em quantidades mínimas nos tecidos.

 

IMG_20170704_003007.jpg

 

Tenho estado a experimentar este paninho. À primeira vista, parece mais frágil e fino. Mas já lhe dei muito uso e mantém-se impecável. Laveio-o várias vezes com detergente e deixei a secar ao sol e ficou como novo. Outra coisa que tenho reparado, seca bastante rápido! Basta pousá-lo na torneira e, pouco tempo depois, está seco. Isto não acontece com os panos de microfibras sintéticas ou de algodão. Menos humidade = menos bactérias. Talvez consiga mantê-lo em condições durante mais tempo, o que acaba por compensar em termos monetários.

E, claro, mantém-se a especulação: será que ainda tem algum bamboo-kun?

 

Pelo menos já os posso deitar fora sem peso na consciência.

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4 comentários

  • Imagem de perfil

    JR

    06.07.17

    Pois, hoje em dia é difícil termos a certeza da origem e do modo de fabrico dos produtos. Mesmo com toda a legislação e regulamentação, volta e meia, sabe-se que, afinal, o sistema é contornado.
    Claro, comprei no Celeiro. :)
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    Carla Martins

    08.07.17

    Obrigada, hei-de procurar lá.
    Eu nem me referia à desonestidade de alguns mas à dificuldade dos consumidores em tomarem decisões informadas. Neste caso, diz-se que o processo de fabrico é muito poluente embora, obviamente, acabe por ter vantagens óbvias em relação a tecidos de fibras sintéticas. Então, enquanto consumidora, talvez devesse optar por algodão. Mas o algodão também provoca danos ambientais! Das duas, qual será então a melhor opção? Os impactos ambientais dos vários produtos são estudados mas essa informação não está acessível ao consumidor! É por isso que sites como este, informativos, moderados e isentos são tão importantes.
  • Imagem de perfil

    JR

    12.07.17

    É verdade. Muitas vezes temos de perder bastante tempo a investigar as melhores soluções.
    Muito obrigada!
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